Segundo dados de uma pesquisa realizada pela International Diabetes Federation em 2019, o Brasil é o 5º país com mais casos de diabetes do mundo. Atualmente, há mais de 16,8 milhões de diabéticos no país, com uma projeção de que esse número alcance 26 milhões de pessoas até 2045. Quando falamos em saúde bucal, os implantes dentários em diabéticos exigem atenção.
O diabetes é uma doença crônica e que exige acompanhamento, já que as taxas altas de glicose no sangue causam complicações à saúde. Quem apresenta o quadro pode desenvolver diversos outros problemas, que, sem o tratamento adequado, podem ser fatais.
Por causa disso, pacientes diabéticos que precisam repor os dentes perdidos com implantes dentários possuem muitas dúvidas sobre o tratamento ideal porque têm medo da cicatrização e possível rejeição do implante. A seguir, vamos explicar tudo sobre implantes dentários para diabéticos e sua realização com segurança. Confira!
As alterações bucais comuns em diabéticos
Quando não controlados, pacientes diabéticos podem sentir dor, formigamento, perda de sensibilidade e fraqueza nos membros inferiores. Além disso, feridas tendem a demorar a cicatrizar e, sem o devido cuidado, podem infeccionar. Quadros relativos aos olhos também são comuns como o glaucoma, a catarata e a retinopatia.
Segundo pesquisa da American Diabetes Association, pessoas com diabetes também possuem mais riscos de enfrentar alterações bucais. Assim como ocorre com qualquer infecção, doenças na gengiva podem causar o aumento de glicose no sangue e dificultar o controle do diabetes.
Os problemas bucais mais comuns associados à doença são:
gengivite: é uma forma branda de doença da gengiva e tende a resultar em vermelhidão, inchaço e sangramento do tecido gengival, principalmente ao escovar os dentes e usar o fio dental. Quando não tratada, pode evoluir para um quadro mais avançado, conhecido como periodontite;
Periodontite: atinge os tecidos de suporte dos dentes, como ligamentos e osso ao redor da raiz. Seus principais sintomas incluem sangramento gengival, mau hálito, amolecimento dos dentes e inchaço gengival. Em geral, pacientes diabéticos não controlados tendem a apresentar um quadro mais agressivo dessa doença que, após instalada, pode atrapalhar processos de cicatrização e dificultar o controle metabólico das taxas de glicose;
Boca seca: o aumento da glicose no sangue pode resultar em xerostomia, conhecida popularmente como boca seca. Esse quadro eleva o risco de cáries, já que há menos saliva e anticorpos para ajudar no combate de bactérias patogênicas que causam doenças. Ainda é possível ocorrer infecções nas glândulas salivares e quadros de halitose (mau hálito).
Sapinho: a candidíase (sapinho) é uma infecção causada por um fungo que cresce na boca. É mais comum em quem usa dentaduras móveis e diabéticos não controlados.
A relação entre o uso de dentadura e o paladar
Os diabéticos que perderam os dentes e fazem uso da dentadura móvel podem enfrentar problemas diários. A prótese móvel, quando mal adaptada, além de trazer insegurança para a interação social, pode comprometer o paladar e levar a um consumo excessivo de açúcar, o que resulta em uma dificuldade maior para controlar dos níveis de glicose no sangue.
Além disso, o uso da dentadura móvel mal adaptada pode ocasionar lesões na gengiva. Em diabéticos, esse é um quadro difícil de tratar, já que a cicatrização está intimamente ligada ao controle da taxas de glicose. Portanto, é interessante se optar por um tratamento que reponha os dentes de maneira fixa, definitiva e duradoura.
A prótese fixa sobre implantes dentários em pacientes diabéticos
Por outro lado, os implantes dentários são uma solução duradoura para quem deseja repor de maneira fixa os dentes perdidos — inclusive, para diabéticos controlados. No caso da perda de toda a arcada dentária, pode-se optar pela dentadura fixa parafusada sobre implantes previamente instalados no osso da maxila ou da mandíbula.
Diferentemente da prótese móvel, a prótese sobre implantes é fixa e elimina por completo o uso de colas adesivas de dentadura, além de oferecer maior segurança para falar e comer alimentos mais duros.
A higienização desse tipo de prótese é extremamente simples e diversos artifícios, como passa fios, escovas unitufos e irrigadores de jato de água para limpeza profunda, podem ser utilizados.
A importância de um procedimento minimamente invasivo
No geral, é essencial comunicar ao seu dentista que você tem diabetes, já que o profissional poderá estudar o seu quadro e determinar o melhor tratamento. Além disso, é importante que o nível de glicose esteja controlado dentro de níveis aceitáveis para cirurgia e a higiene bucal esteja em dia.
Para que os implantes dentários em diabéticos sejam bem-sucedidos e não ocorram complicações, é sempre indicado contar um profissional capacitado. Ele irá personalizar o seu plano de tratamento levando em consideração a sua condição sistêmica e bucal. Dessa forma, o especialista deve optar por procedimentos minimamente invasivos.
A cirurgia guiada para implantes dentários em diabéticos
Por sua vez, a cirurgia guiada é uma alternativa menos invasiva e permite que os implantes dentários sejam instalados sem cortes extensos na gengiva, por meio de perfurações milimétricas previamente planejadas no computador. Assim, os implantes são instalados em apenas alguns minutos, de forma extremamente segura e confortável.
Quando corretamente indicada, a utilização da técnica resulta em um pós operatório com menos sangramento, inchaço e dor, além de diminuir o risco de infecção já que é menos invasiva. Então, a cicatrização ocorre de maneira mais tranquila, já que o trauma cirúrgico é menor quando comparada à técnica tradicional para instalação de implantes. Desse modo, os pacientes operados por essa técnica retornam quase que imediatamente às suas atividades normais.
Assim, pacientes diabéticos controlados que perderam um, vários ou todos os dentes e sonham em voltar a sorrir devem consultar um dentista e conversar a respeito da possibilidade de utilizar essa técnica menos invasiva. Com isso, os implantes dentários são uma alternativa duradoura para repor os dentes perdidos e os diabéticos também podem se beneficiar do tratamento.